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Sia Voi Stessi "Sempre acreditamos em quem somos... e nada mais importa"

terça-feira, março 22, 2005

Presa em momento que não consigo sair

A partir de hoje não terei medo de mais nada nesse mundo. Não haverá nada que joguem em mim que eu já não conhecerei. Eu nunca imaginei que eu fosse tão boba... enfim olhei pra mim e vi que era preciso levantar a cabeça, carregar meu próprio fardo, pois as lágrimas que andam caindo não estão me levando a lugar nenhum. Tenho que ficar calma, pois estou presa em um momento e agora não consigo sair dele. Me deixaram sem nada e ainda estou encantada pela luz, pelas cores que trouxeram pra mim. Eu escutei através dos ouvidos de alguém e através de seus olhos eu podia ver. Sou muito boba por me preocupar assim. É difícil pois pra mim nunca tive o suficiente (segundo minha visão perfeccionista) mas os amigos dizem que eu tenho tudo o que preciso.
Eu estava inconsciente, meio dormindo, tudo porque fiquei presa em um momento, momento que me fazia feliz, momento que eu não queria que acabasse jamais (leram o texto do urso?).
Mas este momento está acabando. A partir de agora será assim: se a noite transbordar, se o dia não durar e se meu caminho cambalear ao longo dessa estrada pedregosa, sei que é apenas um momento e isso vai passar!

segunda-feira, março 21, 2005

Lutadora

Você me pôs de lado. Você imaginou que eu o menosprezaria. Mas no fim, eu quero lhe agradecer. Porque você me fez muito mais forte. Bem, eu achei que conhecia você, pensando que era um cara verdadeiro. Acho que eu, eu não podia confiar. Enfim, acabou o tempo para suas baboseiras pois eu já tive o bastante. Você estava ao meu lado sempre pronto para o que viesse, mas a sua jornada da felicidade pegou fogo pois sua ganância me vendeu na vergonha.
Depois de todos os roubos e trapaças, você deve achar que eu guardo ressentimentos de você, afinal me pediu desculpas várias vezes. Mas não, você errou! Pois se não fosse por tudo que você tentou fazer eu não saberia o quanto sou capaz de agüentar... e por isso quero dizer obrigada, pois isto me faz muito mais forte, me faz trabalhar mais arduamente, me faz muito mais, sabia? Então obrigada por fazer de mim uma lutadora! Me fez aprender mais rápido, fez minha pele um pouco mais espessa, me fez muito mais esperta. Mais uma vez obrigada por fazer de mim uma lutadora.
Nunca vi suas apunhaladas chegando nas minhas costas, fiz isso para que você pudesse lucrar em uma coisa boa antes que eu percebesse seu jogo.
Você cavou sua própria cova. Depois de tantas brigas e mentiras talvez queira me aterrorizar mas isso não vai funcionar mais! Não mais, não, isso acabou. Pois se não fosse por toda tortura que me fez passar, eu não saberia como ser deste jeito agora e nunca dar pra trás.
Como pôde este cara que eu achava que conhecia se revelar tão injusto e cruel? Só podia ver as coisas boas em você, na verdade eu estava fingindo que não via a verdade. Você tentou esconder suas mentiras, se disfarçar, vivendo através da negação.
Pensando bem eu esqueceria, mas eu me lembro. Eu me lembro, eu me lembro, eu me lembro!!! Pois isso me faz muito mais forte!!!

sexta-feira, março 04, 2005

A dor que dói mais

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dói. Bater a cabeça na quina da mesa, dói. Morder a língua, dói. Cólica, cárie e pedra no rim também doem. Mas o que mais dói é saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Dói essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o escritório e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno, não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu, não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Coca-cola, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua surfando, se ela continua lhe amando. Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está mais magra, se ele está mais gato.Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

quinta-feira, março 03, 2005

Ser ou não ser de ninguém?

Na hora de cantar todo mundo enche o peito nos bares, levanta os braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também".
No entanto, passado o efeito do whisky com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, onde "toda ação tem uma reação".
Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida....
Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc. Embora já saibam namorar, "os tribalistas" não namoram. Ficar, também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix".A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo.
Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu, afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança? A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim como só deseja "a cereja do bolo tribal", enxerga somente o lado negativo das relações mais sólidas.
Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.
Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter "alguém para amar".
Já dizia o poeta que "amar se aprende amando" e se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi passada nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. O número avassalador de divórcios nos últimos tempos, só veio a confirmar essa tese e aqueles que se divorciaram ( pais e mães dos adeptos do tribalismo), vendem na maioria das vezes a idéia de que casar é um péssimo negócio e que uma relação sólida é sinônimo de frustrações futuras.
Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição. No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram. Hoje podemos optar com maior liberdade e não somos mais obrigados a "comer sal junto até morrer". Não se trata de responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as lições que nos chegam.
A questão não é causal, mas quem sabe correlacional. Podemos aprender a amar se relacionando, trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.
Ser de todo mundo e não ser de ninguém é o mesmo que não ter ninguém também...É não ser livre para trocar e crescer...É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida solidão.

terça-feira, março 01, 2005

"As coisas simplesmente acontecem" ... Será?

Estou sempre ouvindo isso: "as coisas simplesmente acontecem". Principalmente quando busco um porquê, um motivo, uma razão. Pode ser um dos meus grandes defeitos, ou talvez perda de tempo ficar pensando e tentando descobrir porque isso acontece, porque acabou desse jeito, porque tal pessoa é assim, porque certa situação não se resolve logo, porque tem que ser dessa maneira. Sempre o mesmo por quê?, por quê?, por quê?!!!!! Mas isso é natural, não posso ser culpada por sempre querer entender o motivo. Pense bem: você conquista algo que havia planejado, do qual agora se orgulha muito por ter conseguido. Quais são os primeiros pensamentos que lhe ocorrem? Você faz uma retrospectiva de tudo que fez, dos passos que deu, dos obstáculos que teve que superar. Viu? É normal agir assim, quem não faz isso?! Do mesmo modo, se algo dá errado (ou ainda não deu certo...) que mal há em 'recapitular' cada passo dado a fim de encontrar o erro, para quem sabe, não cometer a mesma besteira da próxima vez? Tá certo que já é piração ficar remoendo um fato, um acontecimento. Mas tentar encontrar o motivo, a razão, o porque, não é loucura, não é ser obcecado. É dar valor ao momento em que se vive para que esse passe a valer a pena. Bom, independente do 'porque' tenho certeza que descobri-lo resulta em aprendizado, crescimento pessoal, reafirmação de personalidade, pois, são através de erros e acertos que podemos nos tornar pessoas melhores. E não é perda de tempo ir atrás disso!!! Portanto, não é um mero "as coisas simplesmente acontecem" ... "pare de procurar motivo em tudo" ... "você tem que entender isso" ... "nem sempre precisa ter um porque pra tudo" ... nada disso vai fazer com que eu desista de descobrir os motivos. Seja uma razão boba, ou complexa, não importa. Eu preciso disso, do motivo, da razão, do porque. Afinal, não haveria "razão" para eu esperar que algo dê certo, se depois não houvesse "motivos" para entender em que resultou as decisões que tomei.
Pra tudo há um motivo... que não seja considerado perda de tempo correr atrás dele!